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Causa da morte de gêmeos da era romana pode ter sido revelada

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Os bebês foram encontrados enterrados um de frente para o outro em um antigo cemitério onde hoje fica a Croácia

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Imagem: LudzoN/Shutterstock

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Um enterro duplo de quase dois mil anos descoberto onde hoje fica a Croácia sempre intrigou os historiadores. No local, foram encontrados dois bebês gêmeos, um menino e uma menina, um de frente para o outro.

Por anos, cientistas especularam sobre as causas das mortes. Agora, um estudo publicado no Journal of Archaeological Science: Reports pode finalmente revelar este mistério. A hipótese levantada é que os óbitos ocorreram por envenenamento por chumbo.

Mortes dos bebês aconteceram dois meses após o nascimento

  • O local onde foram encontrados os bebês é conhecido como cemitério Dragulin.
  • A região foi inicialmente escavada em 2016.
  • Na época dos romanos, esta área era parte da província da Ilíria.
  • Análises revelaram que os corpos foram enterrados em algum momento entre o final do século I e o final do século II d.C.
  • Exames de DNA antiga apontaram que os bebês eram gêmeos e que podem ter morrido dois meses após o nascimento.
Representação de um DNA
Análise de DNA revelou que bebês eram gêmeos (Imagem: Billion Photos/Shutterstock)

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Chumbo pode ter sido passado durante a gravidez ou via leite materno

De acordo com o novo estudo, o envenenamento por chumbo é uma opção bastante realista para explicar as mortes. O material era difundido no mundo romano, sendo usado em canos e utensílios de cozinha. Também há evidências de compostos de chumbo sendo utilizados até como adoçantes no vinho e como conservantes de frutas.

As condições esqueléticas dos gêmeos são consistentes com os efeitos da exposição ao chumbo, como aumento da porosidade óssea e reações periosteais, ou nova formação óssea que ocorre quando os ossos enfraquecidos pelo envenenamento por chumbo são fraturados, escreveram os pesquisadores no estudo.

Chumbo estava presenta em abundância na vida dos romanos (Imagem: BeataGFX/Shutterstock)

A exposição crônica ao chumbo pode interromper processos metabólicos como a síntese de hemoglobina, a produção de espermatozoides e a função neural, e também pode dificultar a absorção de nutrientes, que pode se manifestar tanto na mãe quanto nos bebês em desenvolvimento. Dessa forma, os pesquisadores afirmam que é absolutamente possível que o chumbo tenha sido passado para os gêmeos durante a gravidez e/ou via leite materno.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.




Fonte:Olhar Digital

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