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Conheça ‘coqui’, a rã que canta para turistas em Porto Rico

Poucos sons são tão característicos de Porto Rico quanto o canto agudo e ritmado do coqui, uma pequena rã nativa da ilha cujo nome imita perfeitamente o som que ela emite.
Para os habitantes locais, ouvir o “co-quí” ao anoitecer é parte da rotina e da identidade cultural, um sinal de que estão em casa. Já para os turistas, o som se torna uma das lembranças mais marcantes da viagem.
A presença sonora constante dessa rã conquistou até espaço em canções, livros e souvenirs, tornando o coqui um verdadeiro símbolo nacional.
Conheça coqui, a rã cantora de Porto Rico
Entre as muitas maravilhas naturais que cativam os visitantes de Porto Rico, uma em especial ganha os holofotes assim que o sol se põe. É o som delicado e ritmado de “co-quí”, emitido por uma pequena rã nativa da ilha e que dá nome à espécie: coqui.
Este som, que ecoa pelas florestas tropicais e áreas urbanas de Porto Rico, é mais do que um simples chamado noturno. Para os porto-riquenhos, é um símbolo cultural, um som que representa lar e identidade, e para os turistas, um cartão de visitas encantador e inesquecível.
A rã coqui (Eleutherodactylus coqui) é um anfíbio de pequeno porte, geralmente medindo entre 2 a 5 centímetros, com coloração que varia do marrom-claro ao cinza esverdeado, permitindo que se camufle facilmente entre folhas e galhos.
Apesar do tamanho modesto, seu canto é alto e pode ser ouvido a dezenas de metros de distância. Curiosamente, apenas os machos produzem o som, que serve tanto para atrair fêmeas quanto para afastar outros machos de seu território. O nome “coqui” vem exatamente da onomatopeia do canto emitido por esses animais.

A espécie é nativa de Porto Rico, onde se encontra em abundância, mas acabou sendo introduzida em outros lugares, como o Havaí.
No arquipélago norte-americano, por exemplo, a rã se tornou uma espécie invasora, com impacto ecológico negativo. Isso ocorre porque, fora do seu ambiente original, o coqui pode se reproduzir em larga escala e competir com espécies nativas por alimento e espaço.
Ainda assim, em seu habitat de origem, ele desempenha um papel ecológico importante, ajudando a controlar populações de insetos, especialmente durante a noite, quando é mais ativo.
O ciclo de vida do coqui também é particular. Ao contrário da maioria dos anfíbios, que passam por uma fase aquática na forma de girinos, os filhotes de coqui se desenvolvem inteiramente dentro dos ovos e já nascem como pequenas rãs.
Essa adaptação é crucial para sua sobrevivência em ambientes tropicais, onde a água pode ser escassa fora do período de chuvas. O macho é responsável por cuidar dos ovos até o nascimento, mantendo-os úmidos com seu próprio corpo e afastando possíveis predadores.
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Para os biólogos, o coqui é um exemplo fascinante de adaptação e importância ecológica. Já para os moradores e turistas de Porto Rico, é quase como uma trilha sonora natural.
Em passeios noturnos por áreas como a floresta tropical El Yunque, visitantes se surpreendem com o coro dos coquís, que embalam as noites tropicais com seu canto constante e hipnótico. Algumas empresas de turismo até oferecem excursões noturnas com o objetivo principal de observar esses pequenos cantores.

Com o passar dos anos, o coqui se tornou um ícone nacional. Está presente em canções, poesias, souvenirs e até mesmo no imaginário popular porto-riquenho, onde seu canto é muitas vezes associado a saudade e conexão com a terra natal. Mesmo aqueles que se mudam para outros países frequentemente citam o som do coqui como um dos símbolos mais fortes da vida na ilha.
A preservação dessa espécie e de seu habitat é, portanto, também um esforço para manter viva uma parte essencial da identidade de Porto Rico.
Mudanças climáticas, perda de vegetação nativa e poluição são ameaças reais ao equilíbrio ecológico que sustenta os coquís. Por isso, há iniciativas locais e internacionais de conservação que visam garantir que o canto da rã continue encantando moradores e visitantes por muitas gerações.
Com informações de National Wildlife Federation.
Fonte:Olhar Digital