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ES já tem mais de 40 mil jovens viciados em cigarro eletrônico | Tribuna Online


Cigarro eletrônico, também conhecido como vape, tem comercialização e uso proibidos no Brasil.
Apesar de proibidos no País, os cigarros eletrônicos continuam a ter mais adeptos. Pesquisas mostram que o número de usuários desses dispositivos cresceu 600% nos últimos seis anos, chegando a quase 3 milhões de consumidores no Brasil.
No Estado, estima-se que 40 mil jovens, entre 15 e 24 anos, faça uso com frequência dos dispositivos eletrônicos para fumar.
O dado é baseado na Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE, que aponta que jovens com idades entre 15 e 24 anos representam 70% dos consumidores de vapes no Brasil.
A pneumologista Roberta Couto explicou que o uso dos dispositivos por jovens preocupa, já que as consequências a longo prazo ainda não estão sendo vistas.
“Como é algo mais recente usado pelos mais jovens, o que temos de relatos ainda é do uso a curto prazo. Ainda assim, temos casos graves”.
Ela revelou que entre os casos relatados estão o do chamado “pulmão de pipoca”, que é a bronquiolite obliterante causada pelo cigarro eletrônico. “Essa é uma condição irreversível causada pela substância diacetil, contida em algumas marcas de cigarro eletrônico. Ela causa uma lesão dos brônquios, que obstrui e impede o ar de passar”.
A lesão, segundo ela, leva à falta de ar e, em casos mais graves, até a necessidade de transplante.
A psicóloga clínica especialista em trauma Sabrina Matias revelou que já lidou com casos de jovens com dependência em cigarros eletrônicos. “Ele relatou que, no início, acreditava que era só um hábito, uma coisa legal. Agora, ele veio já com uma certa consciência dos perigos”.
Na conscientização sobre os riscos, principalmente entre os jovens, o psiquiatra da infância e adolescência João Paulo Cirqueira enfatiza que os pais são figuras fundamentais.
“Eles precisam manter o diálogo aberto, oferecer informação clara, mas sem julgamento. É importante observar mudanças de comportamento, manter-se presente na rotina do filho e ser um modelo coerente — evitar, por exemplo, o consumo de substâncias em casa”.
Outro ponto, segundo ele, é educar para o pensamento crítico, ajudando o adolescente a distinguir o que é desejo próprio do que é influência externa. “Isso protege contra escolhas impulsivas ou motivadas pela aprovação social”.
Números
Crescimento no País
600% foi o crescimento do número de usuários desses dispositivos nos últimos seis anos.
Cerca de 3 milhões de pessoas no País fazem uso do dispositivo.
Um em cada seis jovens com idades entre 13 e 17 anos já experimentou cigarros eletrônicos pelo menos uma vez.
70% dos consumidores de vapes no País têm entre 15 e 24 anos.
Saiba Mais
Cigarros eletrônicos
Os dispositivos eletrônicos para fumar são também conhecidos como cigarros eletrônicos e vape.
Desde 2003, quando foram criados, eles passaram por diversas gerações: produtos descartáveis; recarregáveis com refis líquidos; e produtos de tabaco aquecido.
A matriz geralmente é tabaco, mas podendo utilizar formas especiais de nicotina, como os sais de nicotina e nicotina sintética, assim como outras plantas e substâncias.
Proibição
A comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar são proibidas no Brasil desde 2009.
Recentemente o regulamento referente aos dispositivos foi atualizado e foi mantida a proibição.
Riscos do uso
1. Doenças respiratórias
Entre as doenças respiratórias causadas pelos cigarros eletrônicos estão pneumonias, bronquites crônicas, bronquiolite obliterante e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), além da piora de quadros de asma.
2. Aumento do risco de infarto
O uso de vape aumenta em 42% as chances de infarto.
3. Aumento do risco de câncer
Assim como o cigarro comum, o uso das versões eletrônicas eleva a probabilidade de desenvolver câncer.
Estima-se que o diagnóstico da pode ocorrer quase 20 anos antes do que fumantes convencionais.
4. Piora em exercícios
Jovens que fumam cigarro eletrônico, assim como de cigarros tradicionais, têm pior performance em atividades físicas em relação a quem nunca tinha fumado. Eles tiveram mais falta de ar, sinais de fadiga muscular antes do pico do exercício.
5. Prejuízo à saúde bucal
Os malefícios do cigarro eletrônico afetam a boca também. O hábito de fumar vapes aumenta risco de desenvolver cárie, doenças nas gengivas e inflamações orais em geral.
6. Uso de maconha e álcool
Outro malefício é que eles aumentam o risco de consumir maconha ou álcool em excesso.
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Fonte:Tribuna OnLine