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Espírito Santo deve ter três novos bairros planejados nos próximos anos | Tribuna Online

Com investimento de R$ 3,2 bilhões programados para até o final de 2026 no Espírito Santo e em outros oito estados, a Universal Imobiliária e Urbanismo inicia uma nova gestão, com projetos que focam na expansão dos negócios, mas com planejamento urbano adequado às necessidades atuais das cidades.
É o que afirma o diretor-executivo e novo sócio da empresa, Dídio Neves, dono do Grupo Prosper, que, junto com Eduardo Codeço, do Grupo E.CO, e um terceiro sócio, adquiriram, em dezembro, o controle acionário da empresa, fundada há 50 anos pelo empresário capixaba Valdecir Torezani.
Entre os principais projetos, Dídio revelou três bairros planejados, que estão sendo estruturados pela empresa para os próximos anos: um na Serra, outro em Cachoeiro de Itapemirim e um terceiro na Grande Vitória — que Neves não revelou, mas adiantou que será em um espaço “bastante disputado”.
Ao videocast Histórias Empresariais, o empresário, natural de Governador Valadares (MG), conversou com o jornalista Rafael Guzzo sobre os planos de investimento do grupo e a importância de se pensar na mobilidade e na qualidade de vida como elemento-chave para os projetos de habitação.

Dídio Neves (à direita) disse a Rafael Guzzo que a Universal atua com loteamentos e bairros planejados, mas que há desejo de construir também prédios
A Tribuna – Vamos falar um pouco sobre o histórico da aquisição da empresa. A compra foi em dezembro, certo?
Dídio Neves – Sim. Foi uma junção de alguns grupos: o meu, que já trabalha com loteamento no Brasil inteiro, juntamente com a E.CO, um fundo de investimento que pertence ao Eduardo Codeço, também um dos donos da Perc Rocco, entre outras empresas. O Eduardo é o cara da construção. Já eu, sou o que identifica áreas e projeta o empreendimento.
E qual foi o principal atrativo para fechar a transação?
Foi uma compra belíssima. A gente entendia o que era a Universal, a grandeza dela. Mas o que impactou de verdade foi quando vimos os números: é uma das maiores empresas do País. E a gente não tinha essa noção. Essa aquisição foi valiosa para o crescimento acelerado que estamos tendo.
Dentro da expertise dos novos sócios, não falta estrutura, não falta capital. E também não falta área, certo?
Não falta (enfático). É bastante área! Fiz um trabalho em nível Brasil. Hoje, tenho 4 mil áreas catalogadas no meu sistema, com o nome do proprietário de cada. Falo diariamente com as principais áreas que a gente quer contratar e parto para o fechamento. A gente já criou um volume de 21 para serem lançadas no próximo ano.
Além dessas áreas que eu já vinha trabalhando, e a gente está realizando o contrato, há as áreas do Eduardo, que também entram no nosso “land bank” de áreas contratadas. O Eduardo é um comprador de áreas. Ele comprou várias.
Qual dos oito estados é, digamos, a “menina dos olhos” do grupo hoje? E o município?
É o Espírito Santo. O Estado tem uma potência de crescimento. Você vê cidades como Serra, que é um espetáculo: tudo que lança na cidade, vende. Cariacica, o que lança, se vende. Em Vila Velha há poucas áreas, mas o que é lançado lá, também vende. Agora, estou indo para Cachoeiro, São Mateus, Linhares, Colatina, com áreas já contratadas.
O grande foco é residencial?
Sim, residencial! Mas a gente está indo também para bairros planejados, que contemplam tudo. Neles, eu tenho uma parte comercial bem generosa, que alavanca também o residencial. Então se eu tenho ele bem estruturado, bem pensado — ou seja, bairros inteligentes —, ele me propicia um valor de metro quadrado melhor, tendo um produto melhor. Então a gente está com foco nesse tipo de empreendimento, fortemente.
Tem algum bairro planejado já preparado para o Estado?
Para o Espírito Santo, eu tenho três áreas que têm todo o perfil do bairro planejado. E eu as estou desenvolvendo. Elas vão realmente impactar o mercado.
E para onde são esses projetos de bairros planejados?
Rapaz, estrategicamente a gente tem de guardar alguns segredos. Eu não gosto disso, gosto de livro aberto. Só que é pedido para que a gente guarde (pensativo).
Mas… (hesitante) vou falar que é um na Serra e um em Cachoeiro. Tem outro também… mas… (pensativo) esse eu não posso falar mesmo, pois tem uma concorrência gigante.
E como é construído um bairro planejado? O que há nele?
Para fazer um bairro planejado em uma área, por exemplo, de 2 milhões de metros quadrados, posso fazer uma grande avenida com mobilidade urbana, e nela desenvolvo todo o restante de empreendimentos. Então lá eu faço um bairro aberto, um bairro planejado fechado, (uma área) comercial que contempla verticalização.
Faço um paisagismo muito rico, com lagos, praças, área de lazer. Um bairro planejado é um negócio diferente. Não é só um loteamento. É mais do que isso. Aqui (no Espírito Santo) não existe.
A Universal também constrói prédios?
Não. Há um desejo do Eduardo de, em um futuro próximo, começar a entrar nessa da verticalização, construir. Mas não por ora.
Em relação ao segmento dos empreendimentos, qual é o foco? Médio, alto padrão?
A gente passa a “jogar nas 11”, né (risos)? Porque o produto que a Universal sempre fez foi um produto D e C. Agora, a gente eleva esse padrão, com empreendimento B e A. Ou seja, não tiramos o foco dos empreendimentos que a Universal já faz com tanto carinho, eles continuam no nosso escopo.
Mas, agora, também com essa nova modelagem, a visão do bairro planejado e inteligente, que a gente entendeu que faz sentido para nós também.
Perfil
Dídio Neves

Mineiro, natural de Governador Valadares, veio para o Espírito Santo quando tinha 14 anos de idade.
Hoje com 57 anos, é pai de dois filhos: Diego, de 37 anos, e Lucas, de 28 anos.
Começou no mercado imobiliário aos 17 anos, como captador de imóveis, dobrando o volume de empreendimentos de uma empresa.
É casado com a Leandra, que considera como sua base.
Sua paixão é Deus. É católico e se diz muito ligado à igreja, atuando como ministro da Eucaristia. “Amo servir porque eu amo as pessoas”, afirma.
Considera que o empreendedor precisa ser consciente do que faz, e fazer com alegria e compromisso com as pessoas.
Tem como visão de área o novo urbanismo, que pensa em um todo, não apenas em lotear. “A gente transforma regiões”, pontua.
Curiosidades
Mentor
O início de Dídio Neves no mercado profissional de loteamento contou com a mão de um dos principais arquitetos e urbanistas do País, nas palavras do próprio empresário. “É uma história que eu amo”.
Ivo Szterling, sócio-fundador da Ambiência Urbana e ex-sócio da Cipasa, foi o professor de Neves no ramo. “E esse cara me ensinou muito. Tive uma história muito legal dentro dessa área”, relata.
Apaixonado pelo Espírito Santo
As viagens pelo mundo e pelo próprio Brasil podem render muitos negócios, mas a paixão de Neves é mesmo pelo Espírito Santo.
Segundo o empresário, o “coração dispara” toda vez que retorna ao Estado depois de um percurso a outros países. “Essa é a minha terra, esse é o meu lugar. A gente mora e vive muito bem”, diz.
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Fonte:Tribuna OnLine