Tecnologia
Implante de chip em humano é concluído — não pela Neuralink

Procedimento da Paradromics confirma que o sistema Connexus pode ser usado em humanos após quase três anos de estudos pré-clínicos

A empresa de neurotecnologia Paradromics concluiu, com sucesso, seu primeiro implante de chip em um humano. O procedimento foi realizado em maio por uma equipe multidisciplinar de médicos e engenheiros na Universidade de Michigan (EUA).
A Interface Cérebro-Computador (BCI, na sigla em inglês) Connexus se tornou um concorrente de peso da Neuralink, startup de tecnologia cerebral de Elon Musk. O primeiro sistema da empresa, chamado Telepathy, foi implantado no ano passado em um paciente com paralisia.
O procedimento da Paradromics confirma que o sistema Connexus pode ser usado em humanos, após quase três anos de estudos pré-clínicos. O dispositivo não recebeu aprovação da FDA — assim como outros BCIs — e tem sido testado apenas como parte de pesquisas acadêmicas.

Implante bem-sucedido
- A colocação cirúrgica do dispositivo foi liderada pelo neurocirurgião e engenheiro biomédico da Universidade de Michigan, Matthew Willsey, juntamente com o cirurgião sênior de epilepsia Oren Sagher, com apoio de clínicos e engenheiros;
- O BCI foi implantado durante uma cirurgia de resseção de epilepsia para entender melhor como a epilepsia influencia a sinalização cerebral;
- De acordo com a empresa, o Connexus pode ser implantado com segurança, registrar sinais elétricos cerebrais e ser removido intacto em menos de 20 minutos, utilizando técnicas cirúrgicas familiares a neurocirurgiões do mundo todo.
“Meu laboratório está pesquisando como podemos usar plataformas de gravação BCI mais avançadas, como a Connexus BCI, para desenvolver a próxima geração de dispositivos de assistência motora e de fala“, disse Willsey. “Este trabalho nos aproxima um passo importante do fornecimento de tratamento a pacientes com necessidades médicas graves não atendidas.”
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Planos para o futuro
O Connexus foi projetado para restaurar a comunicação de pessoas com deficiências motoras graves causadas por condições, como ELA, acidente vascular cerebral (AVC) do tronco cerebral e lesão da medula espinhal.
A tecnologia consegue registrar a atividade neural em neurônios individuais e utiliza inteligência artificial (IA) para traduzir sinais cerebrais em resultados acionáveis.
A cirurgia marca o início dos esforços clínicos da Paradromics com o lançamento de um ensaio clínico planejado para o final deste ano para estudar o uso, a longo prazo, e a segurança do Connexus BCI, aguardando aprovação regulatória.

Colaboração para o Olhar Digital
Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.
Fonte:Olhar Digital