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Juventus aprova SAF no Conselho após processo polêmico e terá votos dos sócios; confira proposta | Tribuna Online

O Juventus deu um passo concreto em direção a vender seu futebol e transformá-lo em SAF. O Conselho Deliberativo do clube aprovou a mudança, na noite desta terça-feira, por 70 votos a 18. Agora, uma assembleia de sócios, ainda sem data definida, vai definir pela efetivação ou não da venda.
Essa foi a terceira tentativa recente de transformação do futebol do clube da Mooca em SAF. O grupo italiano Almaviva foi barrado em 2022. No ano passado, a mesma empresa e outras duas apresentaram novas propostas, também sem avanço. Agora, três novas propostas haviam sido inscritas.
Nas três ocasiões, houve protestos de torcedores contra à venda. O último processo teve acusações por parte de duas empresas interessadas sobre suposta falta de transparência. Integrantes do Conselho contrários à SAF acabaram temporariamente afastados por razões alheia ao tema.
O grupo Almaviva era um dos que, mais uma vez, tinha proposta pelo futebol do Juventus neste último processo. Outra oferta era da Total Player, do ex-jogador Paulo Jamelli. As duas recusaram-se a apresentar suas ideias em reunião no último sábado, em protesto ao que chamaram de “processo de cartas marcadas”.
Somente um dos projetos seria considerado apto para a votação desta terça-feira. Seria aquele considerado o mais viável, sem critérios claros sobre a escolha.
Entretanto, o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Eduardo Pedroso, considerou que Almaviva e Totaplayer não poderiam disputar, já que se retiraram do encontro de apresentação.
As duas empresas ainda tentaram unir seus dois projetos em um só, mas, como isso foi feito depois de 14 de junho, prazo para apresentação, não houve aceite.
Conheça a proposta de SAF do Juventus aprovada no Conselho
Quem de fato a apresentou proposta foi a REAG Capital Holding. Ela prevê R$ 20 milhões ao clube social e reforma da sede em até seis meses. O investimento no futebol pode chegar a R$ 480 milhões até 2035, a partir do desempenho esportivo.
O projeto tem ambição de recolocar o Juventus na elite do futebol paulista em 2027; na Série D, em 2028; e, na Série A, já em 2031. A proposta ainda cita a disputa de um torneio internacional em 2033.
As promessas ainda cobrem a transformação do Estádio da Rua Javari em uma arena, formar jovens talentos para exportar ao mercado europeu. A REAG Capital Holding é ligada aos empresários Claudio Fiorito e Federico Pastorello, ambos da P&P Sport Management, representante de jogadores e com forte atuação na Itália.
Empresas que tentavam SAF do Juventus protestam
Na tarde desta terça-feira, em texto enviado ao presidente adminstrativo Tadeu Deradelli, Almaviva e Total Player disseram estar “preocupados com o processo de escolha da proposta a ser levada à votação”.
“Um favorecimento prévio à terceira proposta, evidenciado pelo fato de os responsáveis já saberem que apresentariam por último. Cabe ressaltar que o presidente do Conselho deu duas justificativas distintas e contraditórias sobre essa ordem, o que reforça a percepção de parcialidade”, diz um trecho do texto.
As companhias reclamam que o tempo entre a apresentação e a votação foi “curtíssimo” e “compromete a reflexão e análise criteriosa por parte dos conselheiros”. Houve novo pedido para que a proposta, agora unificada, integrasse a votação, mas isso não foi acatado.
Em paralelo, a escolinha de futebol do Juventus, administrada pela Total Player, teve as aulas suspensas. Segundo a empresa, o contrato com o clube ia até 30 de maio, e não houve retorno sobre renovação. Segundo Jamelli, tenta-se um novo acordo com a agremiação.
Juventus tem dúvidas sobre futuro da gestão e certeza de endividamento
Após a reeleição de Deradelli, por 53 votos a 51, a sua gestão anterior teve as contas reprovadas. Isso, conforme estatuto do Juventus, prevê impeachment do presidente.
Entretanto, a reunião do Conselho Fiscal responsável por reprovar as contas foi colocada sob judice, pelo argumento de que um dos três integrantes não teve acesso ao parecer antes de este ser divulgado.
Uma sindicância, então, passou a analisar o caso. A conclusão foi de que há problemas na operação do Conselho Fiscal, que não tem frequência definida de reuniões e não toma registros dos encontros.
Conforme apurou o Estadão, isso não deve reverter o cenário de reprovação das contas, ainda que questione o processo. Caberá ao Conselho Deliberativo a decisão. Um pedido de impeachment com base nas finanças reprovadas, porém, perderia força.
A oposição de Deradelli, já prevendo esta conclusão, protocolou outro pedido, com base em supostas irregularidades na concessão de um espaço de restaurante na sede social do Juventus.
Fonte:Tribuna OnLine