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PMs acusados de jogar adolescente da Segunda Ponte ficam em silêncio em depoimento | Tribuna Online


PMs acusados de jogar adolescente da Segunda Ponte ficam em silêncio em depoimento
Os policiais militares acusados de jogar um adolescente da Segunda Ponte ficaram em silêncio durante o segundo depoimento prestado à polícia. A informação foi divulgada pelo Secretário de Segurança Pública Leonardo Damasceno. Esse segundo depoimento havia sido solicitado após as imagens que mostram a movimentação dos policiais em cima da Segunda Ponte serem divulgadas.
Ainda de acordo com o secretario, no primeiro depoimento os militares informaram que haviam parado na Segunda Ponte pois o adolescente teria pedido para descer ali no local, porém, essa é uma prática errada. Por se tratar de um menor de idade, o Estado tem o dever de protege-lo.
Para o secretario, como as viaturas possuem computação embarcada que permite o rastreio dos veículos em tempo real, a primeira versão dos militares teria sido dita por causa disso.
Relembre o caso
Na ocasião, Kaylan foi levado ao Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), por envolvimento em um assalto ocorrido em 2023. O delegado responsável pelo caso informou que o mandado de prisão do adolescente havia expirado e ele não poderia ficar preso. Assim, teria pedido que os militares levassem Kaylan para casa. Durante o trajeto, o crime foi cometido.
Leicester Ladário, mãe de Kaylan, disse que os policiais subiram na Segunda Ponte e, na altura da placa de Vitória/Guarapari, pararam o carro. “Eles abrem a porta, meu filho sai, eles arremessam a sacola, que era do menino que ficou detido. Aí ele chega próximo do peitoril e eles pegam o pé dele e jogam ele”, afirmou.
“Eles veem ele se debatendo, porque ele não sabia nadar, e simplesmente entram dentro do carro e saem”, contou ainda a mãe.
O corpo de Kaylan foi encontrado por um pescador, no dia seguinte. Leicester chegou a ir até a delegacia duas vezes, contando que o filho não havia chegado em casa. Lá, recebeu a informação de que os policiais haviam sido orientados a levar Kaylan.
Kaylan teria participado de uma tentativa de assalto em 2023. Na ocasião ele estava com um grupo suspeito do fato. Houve perseguição e troca de tiros contra a polícia e um policial chegou a ser atingido, fato que configurou maior pena a todos que estavam no veículo. Na época, ele ficou detido por 10 dias e depois foi sentenciado que ficaria detido por 3 anos, mas a detenção nunca aconteceu.
A mãe contou que eles chegaram a se apresentar na delegacia em outras ocasiões, mas o adolescente não ficou detido. “Eu morri um pouco quando eu achei o corpo dele. Eu sabia que ele não tinha se jogado, de forma alguma ele teria tirado a própria vida. Quando eu vi o vídeo eu terminei de morrer”, disse Leicester emocionada.
De acordo com a Polícia Civil, o Inquérito Policial foi presidido pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cariacica.
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Fonte:Tribuna OnLine