Por que o mosquito da dengue se chama Aedes aegypti?

O popular mosquito da dengue possui um nome científico conhecido por muitos: Aedes aegypti. Mas você sabe de onde esse nome vem? Ele tem uma longa história e um significado que passa por diferentes culturas e épocas.

Continue lendo e descubra a origem do nome desse inseto tão temido.

Por que o mosquito da dengue se chama Aedes aegypti?

O significado de Aedes aegypti

O Aedes aegypti, famoso por ser o principal transmissor da dengue, tem um nome científico carregado de história e significado.

A denominação vem de duas línguas antigas: “Aedes”, do grego, que significa “odioso” ou “desagradável”, e “aegypti”, do latim, significando “egípcio”. A junção desses termos faz referência ao comportamento incômodo do inseto e à sua origem geográfica, o Egito, onde foi descrito pela primeira vez no século XVIII.

Taxonomia

De acordo com a classificação taxonômica, Aedes é o nome do gênero ao qual pertence o mosquito. Trata-se de um grupo de insetos com listras pretas e brancas no corpo e nas pernas, originário de regiões tropicais e subtropicais, e responsável pela transmissão de várias doenças ao ser humano.

O primeiro nome do mosquito

Antes de adotar o nome atual, o Aedes aegypti se chamava Culex aegypti. Em 1762, estudiosos registraram esse primeiro nome, quando ainda consideravam o mosquito pertencente a outro gênero.

Em 1818, após observarem melhor suas características, os cientistas decidiram que ele se encaixava melhor no gênero Aedes e, então, o reclassificaram com o nome que usamos hoje.

Leia também

Um mosquito que viajou o mundo

Embora os pesquisadores o tenham descrito inicialmente no Egito, o Aedes aegypti surgiu na África. A partir do século XVI, ele se espalhou pelo mundo com as Grandes Navegações. Navios negreiros trouxeram o mosquito às Américas, onde ele encontrou condições ideais para se multiplicar.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o primeiro surto de dengue nas Américas ocorreu no Peru, no início do século XIX. No Brasil, os primeiros registros da doença apareceram no final do século XIX. Depois de uma campanha eficiente, o país eliminou o mosquito em 1955. Porém, ele voltou a circular nos anos 1960 e provocou novos surtos nas décadas seguintes.

Em 1908, o entomologista Antonio Peryassú, do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizou estudos pioneiros sobre o Aedes aegypti. Ele descreveu os hábitos do mosquito e sua resistência, o que contribuiu de forma significativa para o combate ao vetor.

Atualmente, o mosquito está presente em todos os estados brasileiros. Ele continua ameaçando a saúde pública e também transmite outras doenças, como zika e chikungunya.